A corrida para excelência não tem linha de chegada.
David Rye

sábado, 13 de novembro de 2010

Maioria dos jovens brasileiros compartilha dados pessoais com desconhecidos na Internet

Pesquisa revela comportamento dos adolescente entre 13 e 17 anos, alertando para os riscos de fraude, bullying, stalking e sequestro. Mais da metade desses jovens escondem suas atividades on-line dos pais

 



Cotidiano Digital - Da Redação

Estudo inédito realizado pela McAfee sobre o comportamento dos jovens brasileiros na Internet, intitulado "A vida secreta dos adolescentes: o comportamento dos jovens na Web", aponta que, entre as dez principais atividades, em sete delas há o compartilhamento de informações pessoais com desconhecidos. A pesquisa, encomendada à empresa global de pesquisa de mercado TNS, foi realizada entre 9 de setembro e 21 de setembro deste ano, no formato on-line entrevistou 400 jovens, na faixa etária dos 13 aos 17 anos, nas regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul.

De acordo com a análise, entre as sete atividades que apresentam maior risco, 83% dos adolescentes utilizam as redes sociais e trocam informações pessoais publicamente; outros 67% realizam upload de fotos; 57% compartilham vídeos; 37% postam e divulgam informações em fóruns de discussões; 36% publicam post em blogs; 31% conversam com desconhecidos por meio de chat e 5% transmitem informações sobre os locais onde vivem e se encontram.  

O estudo mostra que oito em cada dez adolescentes participam ativamente das redes sociais; 71% destes jovens atualizam seus perfis frequentemente; 46% incluem até mesmo suas localizações, por exemplo, fazem menções de locais onde estão. Apesar do fato de revelarem informações que podem gerar riscos, 79% deles afirmam saber como se manter em segurança on-line.

Atividades com maior risco - De acordo com Alexandre Momma, diretor de Atendimento da TNS, maior empresa de pesquisa customizada do mundo, os adolescentes utilizam a Internet durante a maior parte da sua adolescência. "Eles consideram a rede uma ferramenta diária essencial, que dá a liberdade de entrar em contato com seus colegas, bem como um lugar onde eles podem buscar entretenimento e conteúdo didático", informa. Entretanto, o especialista da McAfee, José Matias, gerente de Suporte Técnico da McAfee para a América Latina, faz um alerta em relação aos riscos dessa liberdade. "Ainda que a maioria dos jovens acredite que saiba como se proteger em ambientes on-line, em muitos casos eles compartilham informações pessoais com desconhecidos, que podem trazer riscos, caso esses dados sejam utilizados por pessoas mal-intencionadas", comenta o executivo.

Em relação à segurança no ambiente virtual, segundo o estudo, 72% dos entrevistados conhecem alguém próximo que sofre com bullying; 50% já tiveram os seus computadores infectados por ameaças virtuais; 25% foram vítimas de insultos pejorativos e 20% tiveram senhas roubadas.
Em relação ao controle dos pais, 54% disseram que são questionados a respeito das atividades on-line. 50% deles estabelecem acordos do que é permitido no ambiente virtual e 39% instalaram os computadores em área comuns do domícilio. De acordo com os adolescentes, 88% deles acreditam que seus pais sabem que eles agem corretamente na Web. Porém, 53% deles afirmam saber esconder suas atividades on-line e 39% não contam aos pais o que fazem na Internet. 32% limpam histórico dos sites navegados; 27% ocultam ou apagam os e-mails; 39% fecham ou minimizam os sites quando um adulto se aproxima; 29% ocultam ou apagam mensagens de texto e 22% criam endereços secretos de e-mail.

Diante desse cenário, a McAfee recomenda aos pais soluções que contribuam para o diálogo entre os seus filhos. Direcionado a esse perfil de usuário a empresa oferece a solução McAfee® Family Protection, que permite monitoramento e orientação aos pais de crianças e jovens internautas sobre suas atividades e interações on-line. “Essa tecnologia protege as famílias contra os riscos e acesso de conteúdos inadequados, os quais ameaçam as crianças e os adolescentes que utilizam a Internet para enviar e receber e-mails, conversar por Instant Messenger, realizar downloads e trocar conteúdos com amigos e desconhecidos e acessar vídeos, sites e redes sociais”, explica Sérgio Oliveira, gerente da área de Consumer da McAfee do Brasil.

Segundo o executivo da McAfee, para evitar surpresas indesejáveis, o jovem deve evitar fazer download de software e de arquivos de programa de fonte desconhecida; precisa ter muito cuidado com a privacidade e com o fornecimento de dados pessoais. Deve ainda recusar a interação com desconhecidos em ambiente on-line, para evitar um possível assédio ou intimidação virtual.

Atualmente, o Brasil possui uma população de 17 milhões de jovens entre 13 anos e 17 anos. Destes, 12,5 milhões acessaram a Internet nos últimos três meses, o que corresponde em média um em cada cinco internautas brasileiros. Segundo a análise, os jovens têm a Internet como parte do dia a dia, e 48% dos entrevistados acessam a internet há mais de 4 anos. 77% acessam a Web em média de seis a sete vezes por semana, os chamados heavy users.

A pesquisa indica ainda que para estarem conectados à Web os adolescentes atualmente tem cada vez mais utilizado os dispositivos móveis, 25% deles utilizam celulares, equivalente a um a cada quatro acessos; o computador ainda é o local preferido, 89% acessam pelo PCs; e 49% por meio de laptops e apenas 9% via videogame.
Entre as principais conclusões, o estudo indica que os adolescentes são internautas ativos, principalmente no compartilhamento e troca de informações. Confiantes, os adolescentes acreditam saber se manter seguros na Internet, porém desconhecem muitos dos riscos e ameaças existentes no ambiente virtual. Os pais e responsáveis procuram ajudar, mas nem sempre conseguem. Entretanto o principal desafio é encontrar maneiras em que esse adolescente continue a usufruir dos benefícios da Web sem limitar os acessos.

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