A corrida para excelência não tem linha de chegada.
David Rye

domingo, 16 de janeiro de 2011

Chuvas elevam indenizações em 10%, dizem seguradoras

Estimativas referem-se aos pagamentos por sinistros de veículos danificados pelas enchentes

Os números não estão fechados, mas as seguradoras de automóveis já sentem no caixa os efeitos das fortes chuvas que têm castigado São Paulo. A BB Mapfre estima um aumento de cerca de 10% no número de sinistros causados por enchentes na comparação com o período de chuvas do ano passado. Na Porto Seguro, a projeção é de que os sinistros em meses de chuvas intensas fiquem entre 5% e 10% acima dos demais meses. Entre os dias 7 e 10 de janeiro, a Bradesco Seguros contabilizou 90 atendimentos referentes a automóveis e 23 sobre residências.

Ontem, a chuva foi muito pesada e sentimos um baque. Se ela continuar por muitos dias, teremos uma mudança de cenário”, conta Maurício Galian, diretor de automóveis da BB Mapfre. “Em 2010, essa época do ano foi muito dura, com muitas enchentes. Neste ano, a tendência se mantém”. De acordo com o executivo, a estimativa da BB Mapfre é de um aumento de 10% no total de sinistros por conta das enchentes, quase o mesmo número previsto para o crescimento da frota segurada, de 9%.

Carlos Eduardo do Lago Correia, diretor da Bradesco Seguros, conta que a maioria dos atendimentos foram para clientes que tiveram o veículo alagado e pediram o serviço de reboque. “O primeiro trabalho que fazemos é remover o carro e levá-lo para reparação. Então começa a regulação do sinistro, que pode ser a indenização total ou parcial”, diz.

Correia estima que, dos cerca de 90 atendimentos para proprietários de veículos, de 10% a 15% representam perda total. “No caso das residências, fazemos o serviço de assistência devido ao destelhamento pelo vento, limpeza da lama ou até mesmo a vigilância pelo desabamento de um portão”, exemplifica o diretor da Bradesco Seguros.

Segundo Galian, da Mapfre, de novembro de 2009 a janeiro de 2010, foram computados 90 sinistros de veículos por problemas com inundações em São Paulo. “No mesmo período do ano passado até ontem já foram 80 sinistros”, diz ele. “A expectativa para São Paulo é chegarmos a 100 sinistros no trimestre e parece que é o que vai acontecer.”

Exemplo mineiro

Outro exemplo, nas contas do executivo, ocorreu em Minas Gerais. De novembro de 2009 a janeiro de 2010, foram 20 sinistros. “Em novembro passado, com as fortes chuvas que provocaram diversos pontos de alagamento, os sinistros chegaram a 100”, acrescenta.

Galian afirma que, atualmente, na maioria dos sinistros a conclusão é por perda total do automóvel. “Como os carros hoje têm muito componentes eletrônicos, que estragam em contato com a água, sua substituição custa muito, então compensa mais pagar o carro para o cliente do que consertar”.

Marcelo Sebastião, diretor de auto da Porto Seguro, avalia que os sinistros de automóveis por problemas de inundação já chegaram até o dia 11 de janeiro algo em torno de 40% a 50% do que costuma ocorrer nos meses de janeiro. “Mas a tendência está parecida com outros anos”, diz. “Se chover muito no final do mês, teremos problemas maiores”, ressalva.

Sebastião afirma que a companhia não tem dados desagregados por tipo de sinistro, mas diz que o montante de indenizações mensais pagas pela Porto Seguro vão de R$ 110 milhões a R$ 120 milhões, no País todo. “Quando há alagamentos, esses valores sobem entre 5% e 10%’’.

O executivo da Porto Seguro afirma que a maior concentração de sinistros por enchentes ocorre no Rio e em São Paulo. Porém, há que se levar em conta que o Estado de São Paulo representa 25% dos prêmios recebidos pela empresa. Prêmio é o nome técnico do valor pago pelo segurado para proteger determinado bem. Se forem levadas em consideração outras empresas do grupo, como a Itaú Seguros e a Azul, o montante em prêmios no Estado sobe para 41%.

A Aliança do Brasil, empresa do Banco do Brasil, registrou no primeiro mês de 2009 um aumento de 38% nos pagamentos de indenizações decorrentes de coberturas ligadas aos danos causados pelas chuvas, como danos elétricos, queda de raio, vendaval. Esse aumento relaciona-se com a média do ano, segundo a assessoria de imprensa da Aliança.


Fonte: IG

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