A corrida para excelência não tem linha de chegada.
David Rye

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Títulos pós-fixados são mais seguros

Às vésperas da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), o clima de incertezas sobre o novo patamar do aperto monetário faz dos títulos do Tesouro pós-fixados um investimento mais prudente do que os prefixados. A diferença básica entre as duas aplicações é o momento que se conhece a rentabilidade. No prefixado, ela é determinada na hora da compra, enquanto que, no pós-fixado, a rentabilidade depende do desempenho de seu indexador, que pode ser a taxa básica de juros (Selic) ou o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).


Segundo o administrador de investimentos Fábio Colombo, quem apostar agora em prefixados só vai ganhar dinheiro se o Banco Central (BC) aprovar um aumento da Selic menor do que o esperado pelo mercado. "Já no pós-fixado, não há dúvida de rentabilidade - os juros vão subir e o patamar do IPCA vai continuar alto por mais um tempo", diz. Rossano Oltramari, analista da XP Investimentos, concorda: investir no pós-fixado é mais cauteloso, principalmente, por causa da situação inflacionária indefinida.


De acordo com pesquisa Focus do BC, divulgada nesta semana, o mercado estima que a inflação ao consumidor será de 5,79%, em 2011, e de 4,78%, em 2012. Os dois números superam o centro da meta do banco, de 4,5%. "Toda semana, a expectativa de inflação aumenta. Achamos, que depois da nova taxa básica de juros, a tendência será interrompida e ela começará a ficar dentro da meta traçada para o ano", completa.


Oltramari prevê ainda que o Banco Central vai aumentar a Selic em 0,5 ponto percentual (p.p.), na próxima terça-feira, e que deverá repetir a dose, na reunião seguinte. Já Sidnei Nehme, diretor da NGO Corretora, aposta em 0,75 p.p. Em relatório, ele diz que o aumento mais robusto é importante para conquistar a confiança dos agentes do mercado financeiro.


"Mas, de toda forma, o crédito e o consumo estão aquecidos, por isso, seria necessário agravar mais as medidas prudenciais", escreve. Analistas do mercado financeiro consultados pelo BC também consideram que é necessário elevar a taxa em0,75 p.p.


Segundo dados levantados pelo BRASIL ECONÔMICO, a especulação acerca do novo patamar da Selic tem tido impacto direto nos contratos mais negociados de juros futuros que vencem em abril deste ano. Geralmente, os preços ficam mais estáveis com a proximidade do vencimento, mas eles estão aumentando, de olho na nova da taxa básica.


Fonte: Brasil Econômico | Natália Flach

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