A corrida para excelência não tem linha de chegada.
David Rye

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Indenizações de responsabilidade civil disparam no Brasil

Maior busca por seguro também implica em mais sinistros: de 2007 para 2010, aumento foi de 20 vezes

O seguro de responsabilidade civil para executivos (D&O) cresceu 53,2% entre 2007 e 2010 - dado mais recente disponível - em prêmios emitidos e, agora, passa por uma nova fase no Brasil, em que as empresas se esforçam para lançar diferenciais em busca de maior participação no mercado e para torná-lo mais rentável frente ao aumento dos sinistros.O montante de indenizaçãoes que as seguradoras tiveram que pagar aumentou mais de 20 vezes entre 2007 e 2010, de R$ 2,9 milhões para R$ 63,2 milhões. "O mercado tem sido criativo em agregar novas coberturas, trazer soluções que reflitam as necessidades do consumidor no Brasil, isso criou um círculo virtuoso de perspectivas do negócio", diz João Botelho, superintendente do Itaú Seguros, líder na modalidade D&O.

Ele aponta como particularidades do seguro de responsabilidade civil dos executivos no Brasil o fato de haver cobertura para processos administrativos abertos na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e para a penhora de bens dos executivos. "Essas são características do mercado brasileiro que no exterior ainda não se percebeu porque nosso ambiente legal é diferente", compara.

Na busca pela liderança, a Zurich, que hoje ocupa o segundo lugar na modalidade, lançou em dezembro um D&O que pode ser contratado pelo próprio executivo, sendo que os contratos no mercado normalmente são feitos pela empresa.

A seguradora resolveu lançar a opção porque percebeu que as empresas fazem o seguro em nome de todos os executivos e, se ocorrer no período de vigência algum sinistro em que seja necessário o pagamento de toda a indenização contratada, os demais casos podem ficar sem cobertura. "Mesmo se a empresa tem o D&O, o executivo pode contratar o seu e, se ocorrer o sinistro, ele pode optar por usar o seguro dele ou o da empresa", explica o superintendente de Linhas Financeiras da Zurich, Vinicius Jorge.

A apólice traz como particularidade uma cláusula que é chamada de "retroatividade limitada", que significa que o executivo está protegido por todos os casos em que ele esteja sendo reclamado judicialmente que são desconhecidos por ele no ato da contratação. Além disso, ele pode fazer a portabilidade da apólice caso mude de empresa. "Isso agrega conforto ao gestor.".Em um mês, a seguradora conseguiu fechar três apólices do novo produto, mas dez estão em análise. Até o final do ano, a intenção é fechar 100 contratos na modalidade

Sinistro No Brasil

Os episódios da Sadia e Aracruz são os mais conhecidos casos de sinistros de D&O no Brasil. Com a repentina alta do dólar em 2008, as empresas que tinham posições em contratos futuros e opções cambiais para se proteger da valorização do real registraram prejuízos de mais de R$ 2 bilhões. Acionistas aprovaram a abertura de ações de responsabilidade contra os executivos.

"O mercado tem sido criativo em agregar novas coberturas, trazer soluções que reflitam as necessidades do consumidor no Brasil, João Botelho Superintendente do Itaú Seguros.


Data: 12.01.2012 - Fonte: Brasil Econômico | Finanças | BR

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