A corrida para excelência não tem linha de chegada.
David Rye

sábado, 15 de janeiro de 2011

Vida individual pode atingir 2% do PIB em dez anos

No último ano, a população brasileira economicamente ativa (PEA) foi responsável pela geração do Produto Interno Bruto (PIB) da ordem de mais de R$ 3 trilhões. Desse volume de recursos, o seguro de vida individual participou com apenas 0,047%. Apesar da pouca expressividade desse seguro, o presidente do Conselho de Administração da Mongeral Aegon e vice-presidente da Confederação Nacional das Seguradoras (CNSeg), Nilton Molina, decidiu analisar as perspectivas de um ponto de vista mais otimista. "O resultado do vida individual é fraco? É, sim. Mas, significa que tem muito espaço para crescer e que as lideranças do setor têm muito trabalho pela frente", disse.
Molina analisou os números atuais e as perspectivas do vida individual em palestra proferida no tradicional almoço do CVG-SP, realizado em 8 de dezembro, na Sala Panorama do Terraço Itália, em São Paulo (SP). O evento também marcou a reeleição de Osmar Bertacini à presidência do CVG-SP no biênio 2011/2012, após sua chapa, única concorrente, ter sido homologada em Assembleia Geral Ordinária, realizada na mesma data.
Hora de reagir
O seguro vida individual clássico - aquele que não inclui os planos de renda certa, temporárias, vitalícias e financeiras -, é pouco conhecido da geração atual de profissionais do setor de seguro, por uma única razão: a inflação. De acordo com Molina, desde a época de alta inflação, meados da década de 80, esse seguro vem decaindo e, hoje, se mantém estagnado. Nos últimos sete anos, a participação dos seguros de vida no PIB tem oscilado entre 0,4% e 0,5%. Um dado curioso mencionado por Molina é que até mesmo as entidades representativas do segmento, os clubes de vida em grupo, caso do próprio CVG-SP, surgiram com esse nome porque, segundo ele, os seguros grupais tinham mais destaque na época do que os individuais.
A participação da carteira de vida entre todos os seguros também não é significativa, atualmente. De acordo com Molina, em 2009, o mercado segurador arrecadou prêmios da ordem de R$ 109, 2 bilhões, que configuram um prêmio per capita anual de R$ 872. Desse montante, o seguro de vida clássico participou com 13%, arrecadando R$ 14,2 bilhões, que correspondem ao prêmio per capita anual de R$ 161,30. Para melhor identificar o resultado da carteira, Molina mostrou que, desse volume, a participação do seguro vida individual em todos os seguros é de apenas 1,37%. A arrecadação da carteira em 2009 foi de R$ 1,4 bilhão e o prêmio per capita de somente R$ 17. Já os seguros grupais apresentaram melhor resultado, com participação de 11,63%, alcançando o faturamento de R$ 12,7 bilhões no período e prêmio per capita de R$ 144,30.
No caso dos seguros de vida em grupo, Molina fez questão de frisar que a carteira inclui diversas modalidades e formas de venda, entre os quais o prestamista e os seguros de vida vendidos por cartões de crédito. "Se sair na rua agora e perguntar quem tem seguro de vida, várias pessoas dirão que têm. Mas, sei que não é um seguro vida em sua exata concepção, que é prover o amparo à família do segurado, na sua ausência, por dois ou cinco anos, até que ela se reorganize", afirmou.
Na avaliação de Molina, o baixo prêmio per capita anual de R$ 17 no vida individual ainda é resultado do período inflacionário. "Chegou a hora de reconhecermos o problema e de reagirmos", disse. Considerando o cenário de consumo internacional e as peculiaridades do país, como a abrangência do nosso seguro social, a perversa distribuição de renda e outros fatores culturais econômicos, ele acredita que é possível atingir, no médio prazo de cinco a dez anos, volumes superiores a 2% do PIB no segmento dos produtos clássicos de vida.
Nesse período, esse segmento saltaria dos atuais R$ 14,2 bilhões em prêmios para R$ 60 bilhões, aumentando também o consumo per capita de R$ 161,30 para R$ 682,30 por ano. Esse objetivo, porém, somente seria conquistado a partir da quebra de alguns paradigmas, como a oferta de produtos mais adequados aos interesses dos segurados, que contemplem benefícios, características técnicas, capitais segurados e, principalmente, preços competitivos.
Para o especialista, a discussão da questão no âmbito do CVG-SP é mais do que apropriada, já que a entidade é especializada e defende os interesses dos profissionais da área. "Temos um mercado para trabalhar. Podemos até continuar na prática do rouba-monte, mas temos de fazer algo mais do que isso", disparou.
Homenagem
Como já se tornou tradicional, em todo almoço o CVG-SP presta uma homenagem a alguma personalidade do setor que contribuiu de alguma forma para a melhoria da instituição seguro. Na ocasião, Nilton Molina foi o agraciado com a distinção. O presidente do CVG-SP, Osmar Bertacini, disse que a homenagem era justa e merecida por ser Molina "um dos batalhadores pelo crescimento e fortalecimento do mercado". Ele encarregou Hélder Molina de entregar a placa ao seu pai.
Helder Molina leu, emocionado, os dizeres da placa: "Ao Ilustríssimo Dr. Nilton Molina. Toda atividade profissional é identificada por lideranças naturais, que se destacam pela humildade, retidão, seriedade e profissionalismo. Nosso reconhecimento pela inestimável contribuição pelo desenvolvimento da instituição do Seguro. A Diretoria. CVG/SP. Dezembro/2010". Nilton Molina, também emocionado, agradeceu pela homenagem. "Recebo com muita honra e orgulho essa homenagem do CVG-SP. Se tem algo tradicional no mercado de seguros é a família CVG", disse.


Fonte: CVG-SP

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