É grande a pressão para que o governo revise as novas regras do resseguro. Entidades internacionais e nacionais têm declarado temor por conta das medidas, em vigor há mais de um mês. Com as novidades, agora existe a exigência de que pelo menos 40% de todas as operações sejam feitas por resseguradoras locais, limitando a 20% o repasse para a colocação no exterior entre empresas do mesmo grupo.
Em entrevista ao Financial Times, o diretor internacional da ACLI (American Council of Life Insurers) afirmou que o mercado enfrenta hoje “um infeliz retorno às políticas econômicas da América Latina nas décadas e 1930 e 1940, quando os campeões nacionais eram escolhidos e os monopólios dos estados eram estabelecidos”.
A ACLI lidera um movimento internacional que já entregou uma carta ao governo brasileiro, pedindo a revisão das novas regras que, segundo a entidade, são contra os princípios da indústria de resseguro, que visam expandir o risco atrinbuindo-os às reservas de capitais globais.
Na reportagem, Smith apontou também as indenizações decorrentes do terremoto que atingiu o Chile em 2010, quando 90% dos prêmios fora pagos por companhias estrangeiras. Nesse sentido, entidades e seguradoras estrangeiras concordam que as regras brasileiras podem aumentar os preços de seguros e limitar as reservas de capital no Brasil.
Aspectos técnicos
Mas também no Brasil as mudanças no resseguro deixaram entidades, empresas e profissionais do mercado interno bastante preocupados, até no que se refere aos aspectos técnicos das mudanças.
O presidente do Lloyds Brasil, Marco Antonio de Simas Castro, conforme foi publicado na Revista Apólice, considera que, no cenário atual, “o mercado de seguros e resseguros brasileiro anseia pela divulgação por parte dos órgãos competentes das instruções adicionais que esclareçam como proceder no caso de cessão obrigatória de 40% aos resseguradores locais”.
O executivo alerta, ainda na matéria da Apólice, que o esclarecimento é necessário, já que pode não haver capacidade ou interesse por parte de resseguradores para determinados riscos ou coberturas. “Acredito que as autoridades competentes brasileiras estão cientes da necessidade dessas instruções e espero que em breve regras adicionais nesse sentido sejam divulgadas”, acrescenta Castro.
Data: 23.05.2011 - Fonte: Segurogarantia.net
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