Os índices de criminalidade cresceram no mês passado na
capital. O número de homicídios e roubos, crimes que mais assustam o paulistano,
foi maior em março deste ano em comparação com o mesmo mês de 2011. O pico da
violência ajudou a aumentar as estatísticas de um trimestre para outro, conforme
os dados divulgados ontem (dia 25) à noite pela Secretaria da Segurança Pública
(SSP).
A capital teve 95 assassinatos no último mês, ante 53 casos em
março do ano passado, aumento de 79,25%. No primeiro trimestre de 2012 ocorreram
257 homicídios, 14,22% a mais em relação ao mesmo período do ano passado, quando
houve 225 casos.
A queda no número de homicídios nos últimos anos, que colocou o
Estado abaixo da linha epidêmica de 10 mortos para cada 100 mil habitantes, tem
sido a principal bandeira da segurança pública em São Paulo. A taxa de
homicídios, que era de 35,27 para cada 100 mil habitantes em 1999, ficou em 9,9
no ano passado. Nos últimos 12 anos, o número de assassinatos caiu 72%.
O delegado-geral da Polícia Civil, Marcos Carneiro de Lima,
afirmou que provavelmente o mês de março de 2011 foi mais chuvoso do que o deste
ano, o que pode ter colaborado para o aumento dos casos de homicídios. “O
pessoal brinca que não existe melhor polícia do que uma noite fria e chuvosa.
Nessas condições, as pessoas procuram voltar mais cedo para casa e o movimento
de bares cai. Isso reflete na criminalidade, pois as pessoas deixam de se
envolver em brigas que podem terminar em morte”, disse.
Outro índice que disparou no mês de março na capital foi o de
roubo de veículos. Foram 4.275 casos neste ano, contra 3.343 em março de 2011. O
aumento de um trimestre para o outro foi de 21,50%, de 9.246 veículos roubados
no ano passado para 11.234 neste ano. Março teve ainda 4.378 veículos furtados
em 2012, um crescimento de 19,62% no comparativo entre os meses de cada ano. De
um trimestre para o outro, os furtos de veículos subiram 7,01%, de 10.438 casos
para 11.170.
O delegado-geral não soube dizer um motivo específico para
explicar o aumento de veículos roubados e furtados no mês de março. Mas ele
observou que os ladrões de carros estão agindo cada vez mais longe do centro da
cidade e de bairros nobres. “O criminoso sempre procura a maior facilidade para
agir. Com o aumento do poder aquisitivo da população, moradores de bairros da
periferia compram ou trocam de carro com mais facilidade”, comentou
Carneiro.
De acordo com o delegado-geral da Polícia Civil, roubos e
furtos de veículos são um dos crimes que mais preocupam o paulistano. “Hoje um
cidadão já compra um veículo com a percepção de que amanhã ele poderia ser
vítima de um ladrão. Ele não faz um seguro de vida, mas automaticamente vai
fazer um seguro para o veículo. A percepção dele é que terá mais chance de ter o
carro subtraído do que ser morto”, disse Carneiro.
O delegado disse que esse tipo de crime vem sendo combatido
pelo Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), que na
quinta-feira da semana passada descobriu um esquema de carros seminovos que eram
roubados em São Paulo e tinham o chassi remarcado para serem vendidos em outros
Estados. Na ocasião, três empresários acusados de negociar os veículos em sites
de classificados foram presos. “O Deic também tem fechado desmanches”, observou
Carneiro. O Deic fechou quatro desmanches e quatro lojas que vendiam peças de
carros roubados e prendeu 26 pessoas neste ano.
O número de roubos em geral, que inclui assaltos a pedestres,
residências e estabelecimentos comerciais, também cresceu nos três primeiros
meses de 2012. Foram 27.597 casos neste ano, contra 26.354 no primeiro trimestre
de 2011, um aumento de 4,72%. Só em março foram 10.151 casos, 8,32% a mais em
relação ao mesmo mês do ano passado, que teve 9.371 ocorrências.
Data: 26.04.2012 - Fonte: Jornal da Tarde
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