As seguradoras estão empacotando novos produtos para as
pequenas e médias empresas. Há proteção para clientes de salões de beleza contra
acidentes causados por queimaduras durante o uso do secador e da chapinha,
coberturas para deterioração de vacinas em pet shops e indenizações para
floriculturas em caso de roubo nas entregas.
Segundo Calil Buainaim, presidente da Mezzo Planejamento,
consultoria de seguros para pequenas empresas, os contratos mais vendidos hoje
são produtos de vida, automóveis e empresariais, que cobrem equipamentos e
instalações. A cobertura ideal é aquela que não exagera nos bens listados, para
que os custos não fiquem altos, mas que também não minimiza a proteção e deixa a
companhia descoberta.
Para especialistas do setor, a contratação de um seguro em um
pequeno empreendimento deve ser personalizada, de acordo com o ramo do negócio.
Precisa considerar a região de atuação e o tipo de atividade desenvolvida, diz o
presidente da Bradesco Seguros, Marco Antônio Rossi.
A Cadiz, empresa de serviços de segurança e vigilância, com 80
funcionários, investe cerca de R$ 2,5 mil em seguros ao mês. É preciso
tranquilidade para solucionar eventos, sem a necessidade de desembolsar grandes
valores e colocar em risco a saúde financeira da organização, justifica o sócio
João Batista Diniz Jr.
Com um faturamento de R$ 8 milhões ao ano, a Cadiz contratou
seguros de proteção patrimonial e de responsabilidade civil, conhecido por RC. O
produto garante proteção ao segurado contra reclamações para reparos de danos
involuntários, materiais ou corporais, causados a terceiros. Os dois contratos
serão renovados em 2012, afirma Diniz.
Antes de assinar uma apólice, ele recomenda selecionar
contratos adequados à realidade da empresa, com o melhor custo-benefício. É
importante encontrar uma seguradora ou corretor que conheça as necessidades do
empresário, como o tipo de serviço prestado e os clientes atendidos, além de um
seguro que caiba no bolso.
A Liberty Seguros aposta, desde o ano passado, em uma linha de
produtos segmentados para pequenos e médios negócios. Há opções para
restaurantes, pousadas, consultórios, escritórios e escolas, além de pet shops,
lavanderias e floriculturas. Desde janeiro, também temos seguros para livrarias,
papelarias e salões de beleza, diz o diretor Luciano Calheiros.
Os pacotes integram mais de 30 coberturas, que vão desde os
riscos tradicionais, como incêndio e queda de raios, a serviços adicionais, como
responsabilidade civil, roubo e furto. No segmento de pet shops, a apólice prevê
blindagem para casos de deterioração de vacinas e danos causados a veículos
deixados no estacionamento da loja.
Nas lavanderias, pode ser incluída a proteção a mercadorias em
trânsito e, nas floriculturas, indenização por danos às plantas por paralisação
da câmara fria e furto durante as entregas.
Uma das inovações no setor é a proteção a clientes de salões de
beleza contra acidentes causados por tesouras, queimaduras decorrentes do uso do
secador, da chapinha ou substâncias químicas, afirma Calheiros. Os produtos são
desenvolvidos com o apoio de um grupo de formadores de opinião.
As apólices da Liberty têm prazos anuais e a conta varia de
acordo com o tipo de cobertura e o patrimônio segurado. Se uma livraria declara
R$ 500 mil como valor de risco e contrata proteção contra danos elétricos,
responsabilidade civil ou roubo de bens, entre outros, o seguro será de cerca de
R$ 5 mil ao ano. A anuidade pode variar de acordo com a infraestrutura do
estabelecimento, existência de hidrantes, sistemas de alarme e
vigilância.
A SulAmérica lançou no ano passado um novo portfólio de
produtos de seguro saúde e odontológico, segundo o diretor de operações Marco
Antunes. A linha garante reembolso no Brasil e no exterior. Os clientes também
contam com descontos em medicamentos em mais de cinco mil farmácias no país. As
apólices custam a partir de R$ 62.
O aumento gradativo nos seguros empresariais ocorre por conta
do crescimento do empreendedorismo no Brasil, avalia Luis Alberto Mourão,
diretor de riscos industriais e comerciais da SulAmérica.
Na Bradesco Seguros, com 88 mil apólices de vida e 1,3 milhão
de segurados no segmento de pequenas e médias empresas, o crescimento do número
de apólices em 2011, ante 2010, foi de 23%. Na área de saúde, a carteira de
pequenos e médios negócios, que compreende de quatro a 99 vidas, possui 500 mil
coberturas individuais. Até dezembro de 2011, o nicho cresceu 30%, em relação a
2010. Há produtos que custam a partir de R$ 25 ao mês por segurado.
No setor empresarial, o Bradesco oferece facilidades a partir
de R$ 161 ao ano, com cobertura de incêndio, raio e explosão e R$ 100 mil de
indenização. O momento econômico permite às pequenas e médias empresas adquirir,
além de seguros patrimoniais, produtos de vida, saúde e previdência privada, diz
Rossi.
Na Zurich Seguros, um pequeno escritório que paga um prêmio
anual de R$ 1,2 mil tem direito a coberturas de incêndio e perda de pagamento de
aluguel, entre outras vantagens. Há mais contratações no comércio, como
padarias, cafés e bares, diz Hyung Sung, vice-presidente de linhas pessoais de
seguros da Zurich para a América Latina. A seguradora também oferece a cobertura
de despesas fixas, que serve para bancar gastos com folha de pagamento, energia,
telefone, luz e impostos, no caso da empresa ficar fechada.
Na Allianz, a cobertura mais vendida para os pequenos
empresários são as de proteção para eventos naturais, como vendavais, além de
danos elétricos e roubo de bens. Consultórios, clínicas, bares e restaurantes,
além de escolas, lojas de roupas e concessionárias são as que mais contratam
nesse nicho, explica Rafael Rodrigues, superintendente de produtos
patrimoniais.
Data: 30.04.2012 - Fonte: Jacilio Saraiva | Para o Valor, de São Paulo
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