A corrida para excelência não tem linha de chegada.
David Rye

segunda-feira, 28 de março de 2011

Corretores discutem código de ética

Questão levantada inicialmente pelo corretor Gustavo Mota, o código de ética da Fenacor gerou debate na comunidade do CQCS. O ponto de partida foi a pergunta feita por Mota, que colocou em discussão “há mais vantagens ou desvantagens em aderir ao código”. A pronta resposta veio do próprio presidente do Comitê Nacional de Ética da Fenacor, Roberto Barbosa. “Não se trata de ter vantagens ou não ao aderir-se ao Código de Ética dos Corretores de Seguros. A importância de uma classe se pautar em normas de comportamento moral é a demonstração pública que existe respeito pelo próximo, que é um consumidor de seus serviços, além do respeito pelas leis e normas existentes”, afirma Barbosa, que já presidiu a Fenacor e o Sincor-MG.

Segundo ele, outro objetivo é despertar valores nas pessoas, que muitas vezes estão esquecidos. “O comportamento ético ou moral está no EU das pessoas. É preciso despertá-lo, pois a dureza da sobrevivência pode sobrepor a eles”, acrescenta Roberto Barbosa.

Já o corretor Paulo Ibanes, frisa que “para falar em ética é preciso praticar ética”. Na visão dele, a lei que regulamenta a profissão é clara em seu artigo 17º, que veda aos corretores de seguros e aos prepostos: aceitarem ou exercerem empregos de pessoa júrídica de direito público, inclusive de entidade paraestatal; ou serem sócios, administradores, procuradores, despachantes ou empregados de empresas de seguros. “temos os colegas, que exercem cargos públicos que no mínimo ignoram a lei e praticam escancaradamente a falta de ética. E existem os colegas que possuem assessorias/plataformas que também não estão nem aí para a prática de ética”, critica Ibanes, para quem a profissão “está homeopaticamente sendo atirada no valo em decorrência dos maus exemplos”.

Por sua vez, Maurien da Silva, diz concordar com os argumentos apresentados por Roberto Barbosa, mas ressalta que “infelizmente” a ética tem afrouxado. “Há muito tempo a "lei de gerson" se instalou no Brasil. Falar em ética implica obrigatoriamente em falar de atitudes que muitas vezes nos fariam perder negócios por não atenderem a premissa de que ele tem que ser bom para três partes: segurado, seguradora e corretor. Quem está disposto a trabalhar desta forma? Quem não estiver não concordará nunca com a implantação do Código de Ética”, observa.

Oposição semelhante tem José Carlos Souza, segundo o qual o Código “seria bom se fosse respeitado por todos e não somente pelo corretor”.

Ele critica, particularmente, os bancos que “atravessam nossa profissão” e os “vendedores ambulantes de seguros, acobertados por outros corretores”. José Carlos também questiona a postura das seguradoras. “Patrocinam treinamentos de uma nova cobertura ou risco e enchem a sala de vendedores. A presença marcante é de 90% vendedores e 10% corretores”, assinala.

O corretor Omario Gonçalves Botelho também vê, no mercado, vários comportamentos pouco ou nada éticos, citando o desrespeito dos bancos oficiais com a profissão e a comercialização de seguros através de associações, entre outros.


Fonte: CQCS

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